Por: Jesus Filho
Brasília – Uma semana esportiva que entra para a história do esporte escolar. Assim terminou nesta quinta-feira (9), a maior edição de um campeonato de handebol já realizado no país. Com recorde absoluto de participantes, os números impressionam, desde a quantidade de pessoas participando direta e, indiretamente no evento, como também de alegria protagonizada pelos atletas escolares que fizeram uma verdadeira festa na capital do país.
Completamente lotado, ontem os dois jogos que fecharam o torneio agitaram o ginásio do Cruzeiro que recebeu mais de 2 mil pessoas que acompanharam as finais da “Série Ouro”, etapa que definiu não só os campeões brasileiros, como também a composição da delegação que vai representar o Desporto Escolar Nacional no Mundial ISF de Handebol, competição realizada pela Federação Internacional do Desporto Escolar (ISF), que ocorre em junho do próximo ano na Sérvia.
O primeiro jogo final foi entre as equipes femininas do Colégio Amorim (SP) e do Centro Educacional Suzano Costa (RJ), que começaram a partida eletrizante. Fora das características que norteou a escola durante toda a competição, o Rio de Janeiro, invicto até então, infelizmente não conseguiu, para a surpresa de todos, manter o padrão técnico apresentado no brasileiro, fator que foi determinante para que o Colégio Amorim não tivesse dificuldades para vencer.
Lideradas pela estudante “Sukinho”, atleta número 14 do Rio, e uma das que mais se destacaram no torneio, o Suzano Costa foi abafado pelos ataques de excelência da equipe paulista que praticamente não deixou as cariocas jogarem. Com bom passe de bola e organizado taticamente, o Amorim tinha no time duas atletas que já viveram a experiência da disputa de uma final e isso, seguindo a número 2, Mariana, ajudou a equipe vencer a competição com uma campanha invicta.
– Eu e Luara estivemos no grupo que venceu o brasileiro de 2017, em Guarapari-ES. Fomos ao Catar disputar o Mundial e isso nos deu bagagem para chegarmos em Brasília com mais tranquilidade. Controlar a ansiedade, sobretudo antes de uma final, não é fácil. Mas nosso grupo, embora novo, soube estabelecer metas dentro de quadra e eu acho que isso nos favoreceu a conquistar o bicampeonato.
Com o placar de 22 a 10, a equipe da técnica Carla Antonucci garante novamente o sonho de participar de um torneio internacional.
E como não poderia deixar de ser, o Brasileiro CBDE de Handebol terminou com chave de ouro. A grande final masculina do torneio entre as equipes do Colégio Amorim (SP) e do Colégio Nacional (MG), revelou para o fã do esporte escolar como a base de hoje está no caminho certo para render bons frutos no futuro.
Clássico do Sudeste, antes do jogo as equipes entraram perfiladas sob os olhos atentos da dupla tocantinense, Tiago e Rali, árbitros designados pelo comitê de arbitragem para conduzirem o jogo. Antes do apito inicial, uma pausa respeitosa para a execução do hino nacional brasileiro. Das arquibancadas, os gritos da torcida que lotou o ginásio do Cruzeiro fazendo uma festa que nem os olhos humanos seriam capazes de traduzir.
A disputa começa revelando a qualidade de uma equipe que não chegou à toa na decisão. Os meninos do Colégio Nacional abriram o marcador e incendiaram o ginásio que não escondia a torcida para os estudantes de Minas Gerais. Acostumado a lidar com pressão, o Colégio Amorim começou o jogo estudando o adversário fazendo com que a dupla “Bryan e Fil” fizessem a diferença na partida.
Mas não demorou muito para que São Paulo empatasse. Com um perfil tático ofensivo, em alguns momentos a equipe optou por utilizar o goleiro linha, decisão perigosa do técnico Sidney, mas que foi produtiva, tendo em vista a maneira como a defesa do Amorim se fechava quando a posse de bola era do Nacional.
Sem nenhum sete metros marcado no primeiro tempo, no segundo, perdendo, coube a equipe mineira ir para o ‘tudo ou nada’. Empurrados pela torcida, os meninos chegaram por duas vezes a encostar no placar diminuindo a diferença paulista por uma bola, mas a qualidade individual da equipe de São Paulo determinou a vitória do Colégio Amorim por 23 a 18, conquistando pela primeira vez, com o masculino, o título brasileiro.
No fim do jogo, o goleiro Will, que brilhou na decisão e foi um dos destaques do campeonato, não escondeu a emoção. Para o estudante campeão brasileiro, o foco agora é continuar treinando para chegar em Belgrado e lutar pelo título mundial inédito para o Brasil.
– Sei que os grandes centros europeus irão disputar o Mundial. Mas nossa equipe tem condições de fazer história na Sérvia. O jogo de hoje foi bem desgastante, mas nossa equipe conseguiu se superar e vencer Minas. Agora é comemorar com nossos amigos na escola, ligar para a família e agradecer a Deus por esse momento mágico.
Realizado pela Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE), em parceria com a Federação Regional do Desporto Escolar do Distrito Federal e Entorno (FRDEDF), o evento reuniu estudantes de todos os estados do país que lutaram não só pelo título brasileiro, como também pela vaga no Mundial ISF da m odalidade que ocorre em 2020, na Sérvia.
Confira abaixo, no último boletim com os resultados completos da competição.
Ascom – Confederação Brasileira do Desporto Escolar